quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Peça Desmontável


Desmontável: que se pode desmontar.

Entendendo a cena como a união intrínseca entre ação, tempo e espaço, podemos concluir que estes, e somente estes, são os elementos necessário para a realização cênica. Texto, público, palco, etc. são conseqüências ou extensões dos três elementos antes citados. Ao se criar teatro, cria-se uma relação espacial, ficcional ou não, num período de tempo, com ou sem o auxilio de texto, através de ações, geralmente realizadas por um atuante (ator, performer, etc.) que não necessariamente precisa ser um ser humano. Ao se estipular um mote, uma discussão, um tema, uma fuga, etc. têm-se um conteúdo, uma questão a se levantar perspectivas. Consideramos o conceito de PEÇA DESMONTÁVEL em nossos trabalhos onde toda a feitura cênica necessite apenas de um atuante, um espaço, num determinado tempo (qualquer). DESMONTÁVEL por poder o evento cênico se realizar em qualquer local, sem qualquer especificidade ou necessidades externas a ação, tempo e espaço. PEÇA DESMONTÁVEL não pela simplicidade de se fazer qualquer coisa em qualquer lugar, mas pela complexidade das relações discutidas pela arte. O que aqui pode parecer simples é, na realidade, um trabalho de investigação processual que busca a exclusão de qualquer excesso. Não por isso nos refugiamos num território exclusivo do teatro, pelo contrario, pela fuga dos excessos rompemos fronteiras (literalmente) para a compreensão de uma linguagem em expansão (a cena expandida) onde termos como hibridismo, interferência, territórios, fronteiras, diásporas, interdisciplinaridade, etc. não sejam apenas conceitos modistas, mas práticas reais do processo criativo. Por isso... Desmontemo-nos.

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