quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fim do Processo "Prologos"



Dia 04 de dezembro a companhia SUBJÉTIL faz a última apresentação de Οδίπους: Prologos dentro da "Curitiba Mostra Rueiros", na Praça 29 de Março (Mercês), ás 19h.

O Fluxo continua...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oficina O ATOR INVASOR


A companhia SUBJÉTIL irá promover a oficina O Ator Invasor no dia 03/12/10 das 09h às 13h na Praça Santos Andrade como parte da programação do evento CURITIBA MOSTRA RUEIROS – I MOSTRA DE ARTES CÊNICAS NA RUA 2010.
Inscrições pelo email: mostrarueiros@gmail.com

E no dia 04/12 às 19h na Praça 29 de março, apresentará o espetáculo Οἰδίπους: Prólogos.

Participem!!


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ROTEIRO DE AÇÕES - Praça 29 de março – 20/11/10

- Chego à Praça. Procuro com os olhos alguém conhecido. Sento em um banco. Impaciência. Fumo um cigarro. Impaciência. Avisto o Darlei. Conversamos. Sinto algumas pontadas no fígado e/ou estômago. Vejo a Paty chegar. Conversamos. Fumo um cigarro. Deito no banco com fortes dores no fígado e/ou estômago. Preguiça. Vou ao mercado comprar água para ver se melhora a dor. Dores e mau humor. Volto à Praça e me dirijo ao pátio. Deixo minha bolsa no chão. Faço alongamento com preguiça. Vou até o quadrado que existe no espelho da água para experimentar o espaço fisicamente/sonoramente e expandi-lo. Medo. Insegurança. Nojo. Diversão. Saio do quadrado. Vou até um banco com sombra porque o sol forte me irrita. Escrevo algumas impressões no caderno. Fumo um cigarro. Levanto e penso na criação de uma cena. Volto ao espelho da água e, empolgado, experimento a cena que pensei. Vou até o Darlei e me sento ao seu lado em um muro. Assisto a Paty com curiosidade criando a cena dela. Rio de alguns meninos que “atrapalham” o começo da cena da Paty. Assisto a cena. Volto ao espelho da água para realizar a minha cena com certa expectativa. Faço a cena. Satisfeito. Penso em um lugar oposto ao espelho da água. Vou até a areia. Experimento o espaço fisicamente/sonoramente e tento expandi-lo. Desconforto. Sujeira. Pequeno. Quente. Quieto. Vou até o meio-fio do pátio e escrevo algumas impressões no caderno. Tiro a camiseta irritado pelo sol ardido. Repito todas as minhas ações desde que cheguei à Praça. Penso no quê é verdadeiro ou falso. Cansado. Volto até o meio-fio e me sento. Guardo as minhas coisas. Vou embora. Penso desesperadamente em tomar uma cerveja.

Rafael Di Lari

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Seguimos o Fluxo...






Encerrada a 6° Mostra Cena Breve Curitiba damos continuidade ao processo Οδίπους: Prólogos. A partir do dia 20 de Novembro estaremos na Praça 29 de Março, sempre a partir das 19h.

Quanto a 6° Mostra Cena Breve temos que agradecer toda a equipe da CiaSenhas e do Teatro Novelas Curitibanas. Sentimos-nos abraçados por todos e devolvemos aqui mais abraços em agradecimentos.

Foram duas apresentações excelentes.

O público mais do que correspondeu nossas expectativas e sentimos, através deles, que estamos no lugar certo.

Agora seguimos o fluxo...

Οδίπους: Prólogos

Dias 20,21, 27 e 28 de Novembro e 04 e 05 de Dezembro,

Na Praça 29 de Março (mercês), sempre às 19h.

fotos M&A Fotografias.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

1° Mostra de processo



Οδίπους: Prologos, o nome é este mesmo!

Depois de uma jornada pelo mito de Édipo... dilaceramos os pés inchados, rasgamos os subjéteis envelhecidos, furamos nosso olhos, gritamos nossos nomes e agora...

PRIMEIRA MOSTRA DE PROCESSO

Οδίπους: Prólogos

30 de Outubro de 2010. Teatro Novelas Curitibanas, às 19h e 21h. Entrada $10, e $5

Verdadeiro ou Falso?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Processo










Fotos por: M&A Fotografia

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A MENINA ABAJUR

EU SOU ASSIM, UM TANTO QUANTO ABAJUR.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

SOMOS A CIDADE


Por: Darlei Fernandes

Quando ouvimos a palavra “Édipo” automaticamente uma sucessão de imagens vêm à cabeça: Incesto, assassinato, olhos vazados, peste, Grécia, Freud, etc. Passamos por todas elas! Mas ao invés de debruçarmos-nos sobre estas imagens, abrimos o mito e nos jogamos no emaranhado de linhas e caminhos que ele nos conduziu. Descobrimos que Édipo não é Édipo, e sim Oidípous, o claudicante, louco, subversivo; depois descobrimos que Oidípous não é Oidípous e sim, Οδίπους, o individuo... Como nós!!! Então para que criarmos Édipo, uma máscara, uma farsa, uma personagem? Na abertura do mito de Édipo fomos obrigados a abrir nossos próprios mitos. Se jogar nas lembranças de nossos desejos infantis, secretos, abjetos; nossa adolescência monstruosa e prazerosa; o adulto egoísta e compreensível pelo próprio egoísmo. Somos enfim, Οδίπους tentando ser Oidípous para chegar a ser Édipo. Não um mito atemporal (a atemporalidade não me interessa, pois vivo num tempo determinado), mas passar do indivíduo para conseguir chegar ao coletivo.

É um processo psicológico, sim! Reunião de Grupo. Ajuda de grupo... Neste processo me sentia um psicopata potencial, um esquizofrênico enjaulado, um histérico depressivo, etc.

Como chegar ao coletivo?

Façamos arte!!!!

(ou a internação na casa de repouso, sanatório mesmo, do Bom Retiro).

Da mesma forma que abrimos o mito de Édipo tivemos que abrir o espaço. A cidade é algo que não se comporta com um simples olhar. Quando pensamos na palavra “cidade” automaticamente uma sucessão de imagens vem à cabeça: prédios, carros, buzinas, alarmes, out-doores, gente, muita gente. Isto não é a cidade, apenas faz parte dela. A cidade é um organismo vivo, complexo, ilimitado (nem as fronteiras a limitam), um fluxo de conexões infinitas. Para inserimos-nos nela tivemos que aprender a olhar o invisível. Ele está ali, o invisível, atrás dos símbolos, imagens, ícones que escondem a cidade. O que vemos cotidianamente, quando saímos de casa e vamos para nossos trabalhos, escolas, faculdades, etc. é a representação da cidade, sua maquiagem, máscara, farsa, personagem. Ao inserirmos um evento artístico cênico no espaço urbano, estamos retirando esta máscara espetacular da cidade para lhe devolver a sua realidade numa cesura, num rompimento que traz a cidade nua aos olhos do público, dos transeuntes, de nós mesmos.

Em “Οδίπους: Prologos” dilaceramos Édipo para ele ser apenas Οδίπους. Violentamos nossas identidades para sermos nós mesmos. Depredamos a cidade para ele surgir do invisível. É a potência de Édipo, mais a nossa potência na potência da cidade. Potência + Potência + Potência. Mito, indivíduo e espaço.

Assim abandonamos o manicômio para criar uma obra cênica. Assim deixamos de ser apenas indivíduos para sermos artistas. Assim deixamos de ser transeuntes para sermos a cidade. Assim... Apresentamos Οδίπους: Prologos!!!!!!!!!!!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Diário: 11/09

Crédito: M&A Fotografia

O trabalho começa a ganhar uma forma, um contorno, uma estrutura, ainda que momentânea. Isso se deu, a meu ver, pela afirmação do discurso individual (cada ator), do grupo e consequente fornecimento de material do elenco.

É uma troca entre o grupo. Direção e elenco. Tenho a impressão que a neblina se dissipou (!). Agora que muitas coisas clarearam, o momento é de dar forma às vontades, materializar as idéias.

Surge um jogo. Um jogo teatral. Individual e Coletivo. Identidade e Subjetividade. Verdadeiro e Falso. Mito.

Algo que problematizo(amos): como a queda acontece? O que leva à queda do corpo? Como o jogo se dá? Com qual energia, em que nível, limite? Como contradizer o jogo?


Rafa Di Lari

sábado, 18 de setembro de 2010

UMA ANOTAÇÃO... diário 03

DE: PATRICIA CIPRIANO


Agora me sinto no espaço. Digo isso pelo fato de que agora eu noto que entre mim e ele há um pulsar.
A cidade nos nota e a gente (a)nota a cidade.
O simples gesto de desenhar os contornos da paisagem aproxima a arquitetura do nosso olhar e permite a visualização daquilo que existe e que não se nota, não por não ser importante, mas por parecer cenário das nossas vidas e só.
Gosto do apontamento. Gosto de ver as pessoas percebendo que existem planos e que as coisas são tridimencionais. É incrivel mas a gente esquece a todo momento que a cidade existe além da fronteira do olhar. Que ela é pulsante e influencia, sim, o meu estar aqui e agora.

Gosto de pensar o processo assim:
O que existe além do limite? Além de Édipo?
O que me torna um ser sem identidade? (o que não significa sem subjetividade)
E onde a minha subjetividade encontra a do outro? O momento, que ao meu ver, é o da identificação e troca.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Diário: 04/09

Homem Tupperware

Tupperware é um recipiente utilizado para guardar coisas, geralmente guardo comida. Esta, por sua vez, é esquecida e apodrece. Joga-se fora a comida estragada, lava-se o recipiente e o processo se repete interminavelmente. É isso que penso do Homem contemporâneo.
Sou um recipiente: meu corpo. Guardo coisas dentro dele: memórias, vontades, histórias, marcas, desejos. Preencho os meus espaços vazios e depois de um tempo, jogo fora. Há coisas que apodrecem em mim que, aos poucos, descarto.
Essa operação de preenchimento nunca finaliza porque a realização (contentamento) nunca acontece.
Tenho necessidade de coisas. Algo compreensível nos tempos atuais. Não apenas coisas materiais, mas também necessito de sentimentos (?), referências (?) para indicar possíveis caminhos.
Ansiedade. Esses espaços vazios que sou (meu corpo) geram ansiedade. Preciso preenchê-los. Com o quê? Qualquer coisa que me satisfaça momentaneamente. Porque é sempre momentâneo. Lembrando que sou um tupperware, as coisas que me preenchem depois de um tempo apodrecem e preciso descartá-las. Por isso é momentâneo.
Esse vazio que sou (meu corpo) e conseqüente preenchimento e esvaziamento faz com que não saiba ao certo o quê/quem sou, pois me transformo no que me preenche momentaneamente.
O tempo da sociedade (acelerado, veloz, urgente) era externo a mim mas acabou contaminando-me. Hoje sou acelerado, veloz, urgente. Homem-corpo-capitalista.
Ansiedade. “Não me reconheço mais”, se é que um dia soube quem eu era... Mutante. Constante transformação. Homem Tupperware que se preenche de coisas que apodrecem, depois são jogadas fora para novamente se preencher em um processo que se repete interminavelmente.
- Quem sou eu?
Desculpe mas não tenho tempo para isso.

Rafael Di Lari

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Diário: 03 de Agosto

PONTO DE VISTA

Oferecer uma visão mais abrangente, uma paisagem ao invés de símbolos e representações. Um ponto onde o outro (seja quem ou o que ele for) tenha a possibilidade de experimentar a cidade como um lugar real de comunicação e vivência, não apenas um suporte a uma arquitetura espetacular.

Oidípus antes de qualquer coisa é isso, um ponto de vista a uma perspectiva abrangente da cidade como experimentação.

Darlei Fernandes

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Diário SUBJÉTIL 003 - 28 de Agosto de 2010

(Fotos por Amanda Nenis (M&A Fotoghrafia)












Diário SUBJÉTIL 002: ...07 a 13 de Agosto de 2010







Uma preguiça de ensaiar me assola...mas é chegar no espaço, começar os trabalhos e tudo se potencializa .
(Darlei Fernandes)




Não sei o que está acontecendo, mas está acontecendo! Eu sei...
Penso muito em ritmo, intimidade e ironia.
(Patricia Cipriano)



Enquanto fumo o meu cigarro matinal, penso no quê escrever neste diário-relatório-esboço-de-pensamentos.
Chego à conclusão óbvia de que a melhor forma de começar é escrevendo!
É tão óbvia que não chega a ser clara.

(Rafael Di Lari)


Estamos todos juntos: Eu, Lucas, Patricia, Rafa as fotografas Máh e Amanda (só falta a Vida). A idéia é percorrer a praça, descobrir o que os signos escondem, o que há por trás de cada representação...
PAISAGEM URNANA - È tão difícil de percebe-la!!!!
(Darlei Fernandes)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Projeto Οἰδίπους

(OIDÍPOUS)

Damos início ao Projeto δίπους(Oidípous). O processo é continuo, ou seja, este é o desdobramento do que um dia já foi PPP e Primeiro Crime. Agora adentramos o universo trágico de Édipo. Aqui relataremos nossa andança, angústias, crises, criações, descobertas, etc...

DIÁRIO SUBJÉTIL 001: 31 de Julho de 2010.



DE DARLEI FERNANDES:

Chega de teorização, vamos à prática! Praça 29 de Março. Sugeri este espaço por ter uma área ampla e ser retirada do centro nervoso de Curitiba, mas, mesmo assim, central. Não sabia ao certo o que iríamos encontra lá. O que encontramos foram crianças brincando no play acompanhado de seus pais, praticantes de le parkour, garotos jogando futebol, um pessoal fazendo exercício na academia ao ar livre da praça, um mendigo tomando banho nas quedas de água, entre outros.
Lemos nossos de apresentação, conversamos sobre a estruturação da peça, apresentei o texto do prólogo do Prólogos e partimos para a ação.
Pensei que seria mais difícil, para mim, entrar nos exercícios propostos, visto que já tem algum tempo que não tenho este posicionamento de participação efetivo em nossos jogos e exercícios. Geralmente, fico de fora como o olhar de fora, mas agora é diferente, estou dentro!

Fizemos uma brincadeira, um jogo, onde expurgamos tudo sobre nossa identidade (ou quase tudo) e nossas visões sobre as personas de Édipo. Eu fui Laio! Não sei bem onde isso nos levará, mas percebemos que estamos indo para algum lugar. Não sabemos também se nos manteremos nessa praça, já que ela é tão diferente do que estamos acostumados: fluxos intensos. Vamos fazer mais algumas experiências.


De Rafael Di Lari:


Hoje adentramos o espaço urbano. Compartilhamos. Depois da “segurança” obtida com os nove meses de processo na rua com o Primeiro Crime, hoje estávamos um pouco enferrujados. Era um espaço novo para nós: Praça 29 de março. Nos sentimos um pouco desconfortáveis.

O corpo também estava inseguro, lento, frágil. As respostas aos impulsos criados pelo grupo demoravam a surgir. Timidamente apareciam as minhas impressões sobre Édipo, Jocasta, Laio, Creonte, Tirésias...Não sabia bem o quê dizer sobre eles. Ainda parecem estranhos, alheios a mim.

Quando falava sobre mim, mascarava uma vergonha por compartilhar com pessoas estranhas (àqueles que estavam na praça) coisas tão pessoais.

A conexão entre o grupo é evidente. Construímos juntos.

(In) Conscientemente criamos imagens, ocupamos esteticamente o espaço com nossos corpos. Construímos dramaturgia; improvisada, frágil, mas que aconteceu devido à troca, o jogo entre nós.


Ainda não sei ao certo o que acontecerá. Temos um chão, um norte, sólido mas...o processo sempre é caótico. Que bom!


De Patricia Cipriano:


O SOL, CURIOSO, PAROU DE SE ESCONDER E COMPARTILHOU O DIA CONOSCO...

É estranho voltar.
Nunca tinha ido à Praça 29 de Março , já tinha passado por ela várias vezes mas nunca estive nela, até hoje!

Concluí: Praça 29 de Março = Concreto/ Passagem - Fluxo/ Cheio - Vazio.

Pensei muito sobre o que fizemos hoje e senti falta de saber QUEM/O QUE ERA O ESPAÇO, coisa histórica, mesmo. Fiquei bem perdida quando me dei conta de que não tinha a menor idéia de onde eu estava, tirando é claro a noção de que era uma praça.

...

Por outro lado gostei desse desconforto que me colocou num estado de organização constante. A questão era, o que eu devia organizar?, uma vez que o Darlei mudou os planos do ensaio e eu não tinha onde me agarrar... isso foi Ótimo!!!

Coisa boa pra pensar: o que me desestabiliza?

Palavras chave: Alerta/ Prontidão/ Desconforto/ Vulnerabilidade.


Pensei muito nas composições que se formavam enquanto a gente se movimentava, sinto falta de um registro fotográfico.


sábado, 14 de agosto de 2010

Foi um bom sábado de esclarecimentos...

Não sei como falar sobre "Eu/Édipo" até por que não vejo isso como um paralelo mas como uma coisa só. O texto que produzi não expressa as imagens que tenho em mente. Penso muito na questão do descontrole e na ação por impulso, acredito que essa é minha parcela Édipo.
PATRICIA.CIPRIANO

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Peça Desmontável


Desmontável: que se pode desmontar.

Entendendo a cena como a união intrínseca entre ação, tempo e espaço, podemos concluir que estes, e somente estes, são os elementos necessário para a realização cênica. Texto, público, palco, etc. são conseqüências ou extensões dos três elementos antes citados. Ao se criar teatro, cria-se uma relação espacial, ficcional ou não, num período de tempo, com ou sem o auxilio de texto, através de ações, geralmente realizadas por um atuante (ator, performer, etc.) que não necessariamente precisa ser um ser humano. Ao se estipular um mote, uma discussão, um tema, uma fuga, etc. têm-se um conteúdo, uma questão a se levantar perspectivas. Consideramos o conceito de PEÇA DESMONTÁVEL em nossos trabalhos onde toda a feitura cênica necessite apenas de um atuante, um espaço, num determinado tempo (qualquer). DESMONTÁVEL por poder o evento cênico se realizar em qualquer local, sem qualquer especificidade ou necessidades externas a ação, tempo e espaço. PEÇA DESMONTÁVEL não pela simplicidade de se fazer qualquer coisa em qualquer lugar, mas pela complexidade das relações discutidas pela arte. O que aqui pode parecer simples é, na realidade, um trabalho de investigação processual que busca a exclusão de qualquer excesso. Não por isso nos refugiamos num território exclusivo do teatro, pelo contrario, pela fuga dos excessos rompemos fronteiras (literalmente) para a compreensão de uma linguagem em expansão (a cena expandida) onde termos como hibridismo, interferência, territórios, fronteiras, diásporas, interdisciplinaridade, etc. não sejam apenas conceitos modistas, mas práticas reais do processo criativo. Por isso... Desmontemo-nos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SUBJÉTIL Pelo Brasil: Curitiba, Araucária, Manaus, Belo Horizonte, Brasília.

1. Curitiba
Novembro de 2009.



Começamos este trajeto partindo de Curitiba, nosso lar, casa, abrigo, espaço de ensaio e realizações. Depois de mais de um ano percorrendo ruas, praças, largos, galerias, viadutos e fluxos desta cidade com o evento cênico, “Primeiro Crime” adentramos o Teatro da Caixa para a estréia de “Coração Acéfalo/ Boca Desgarrada”, dentro da Mostra Cena Breve, realizado pela CiaSenhas, em novembro de 2009.
Ali demos o primeiro passo para um percurso que já mais imaginaríamos. Não sobre reconhecimentos, realização artística e profissional, mas para encontros, trocas, afetos (desafetos também). Enfim, para uma experiência que nos atravessou profundamente: Apresentar o espetáculo “Coração Acéfalo/Boca Desgarrada” em diferentes cidades do Brasil.
Não sabíamos o que esperar de nossa estréia, pois este foi o nosso primeiro trabalho sem a orientação de um professor, mestre ou acadêmico qualquer, o primeiro passo sem o auxílio de uma mão para evitar o tombo. Não caímos, saímos andando com passos firmes. Obviamente que neste momento criamos novas relações, mas não mais de professores e colegas de turma, agora de parceiros e amigos de profissão e loucuras: Sueli Araujo, Márcia Moraes, Greice Barros, e todos da CiaSenhas, Liis (Amabilis de Jesus), Francisco Gaspar, Ana Paula Frasão, Clarice Oliveira, Manu Assini, Máh Lima, Roni Rodrigues, Amanda Nenis, o pessoal do Teatro Barracão, etc. Enfim... Todos aqueles que estão nesta jornada em nosso lado (e aqueles que não estão também, os invejosos e malvados).
Ali na 5° Mostra Cena Breve Curitiba foi onde nascemos como artistas independentes. Fomos um dos quatro grupos selecionados para um mine temporada em Araucária. Ali, então, novas trocas e expansão de amizades e experiências cênicas e pessoais.

2. Araucária:
Novembro de 2009.




Três dias, três apresentações, quatro grupos. Éramos nós, a SUBJÉTIL, Súbita Companhia de Teatro, Cia dos Palhaços e Cia de 5 Cabeças, além do pessoal da CiaSenhas. Era uma viagem de quase uma hora de Curitiba à Araucária, íamos conversando, cantando, o pessoal da 5 Cabeças se maquiando, enfim, íamos cheios de expectativas para a noite que viria. Antes que ela chegasse, montagem de luz, ensaio, lanchinho, fofocas, bate papo, cerveja no bar, mais bate papo, risadas... Concentração!
Éramos recebidos todas as noites por um público acolhedor e participativo, entravam em nossas tramas, jogos e espetáculos de forma sincera. Éramos sempre bem recebidos, também, pela equipe do Teatro da Praça.
Nós, subjéteis, deixamos nos levar por todas essas trocas também de forma aberta. Ali em Araucária demos início a uma nova amizade que cresce a cada dia mesmo com a distância, o pessoal de Minas, a companhia (inexistente) de 5 cabeças: Byron O’Neill, Ronaldo Jannotti, Carol Oliveira, Luisa Rosa, Mariana Câmara e Saulo Salomão - amamo-os!

3. Manaus:
Março de 2010.



Loucura: Para conseguir passagens, por atravessar o Brasil, por estar na Amazônia, por ser recebido por um público louco e extremado. Participamos do 2° Festival Breves Cenas de Manaus. Teatro Amazonas, uma loucura de teatro. Para 700 pessoas, todas loucas. Lá reencontramos nossos queridíssimos das 5 Cabeças, de BH. Além deles gente do Ceara, Pará, São Paulo, e outros cantos do Brasil.
Nosso grande medo era o de como seria nosso espetáculo num espaço tão grande. O Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, no auge do ciclo da borracha. O edifício em si é uma grande obra de arte, como concorrer com isso? Não tivemos problemas ele nos recebeu de coxias abertas, assim como os produtores e técnicos do Festival nos receberam de braços abertos e com muito calor. Um calor tão grande que só os banhos de piscina no fim da noite abrandavam. Lá, na piscina, nos reuníamos todos. Comentávamos as apresentações, projetos, preferências, referências – uma loucura de troca-troca!

3. Belo Horizonte:
Junho de 2010.



Segundo o Leo Lessa, coordenador do Festival Cenas Curtas, “é um erro de nosso presidente querer fazer um trem bala ente São Paulo e Rio, afinal eles se odeiam, o trem teria que ser entre Curitiba e BH, nós nos amamos”. Não sei o que acontece, mas esta relação Curita/BH dá super certo.
Chegamos a BH de forma toda errada, Eu e Paty perdemos o vôo em Curitiba, chegamos a BH muito tarde, não sabíamos como chegar ao albergue em que nos hospedaríamos, pegamos carona, dormimos com fome em quartos separados com um monte de gente que não conhecíamos. Coisas da vida. No dia seguinte o Rafa chegou.
Estávamos em plena copa. A produção do Festival se baseou em futebol para fazer a arte do evento. O programa era um álbum de figurinhas onde, a cada dia, o público recebia um pacotinho com as figurinhas com fotos dos espetáculos. No entreato era uma loucura o troca-troca de figurinhas. E trocamos muito, muitas conversas nos bastidores, no bar do festival, nos botecos, restaurantes, festas... Saímos de Minas com a bagagem cheia.
O espetáculo foi bem recebido, porém fomos desclassificados por termos avançado o tempo de apresentação. Apresentamos a peça em 18 minutos, avançamos 3 do tempo regulamentar. Mas foi ótimo! Gol de Placa!

4. Brasília:
Julho de 2010.



Não sabíamos se íamos ou não, recebemos as passagens um dia antes da viagem. Fomos juntos de vários grupos de Curitiba: Cia de Teatro de Cajus, Cassiana Lopes e Sávio Malheiros, Daiane Rafaela e Gabriel Machado, além da Marcinha da CiaSenhas. Curitiba invadiu o planalto central junto dos mineiros, estavam lá a Companhia de 5 Cabeças e a Companhia do Chá. Reencontramos também um pessoal de Manaus, as meninas do espetáculo “Pronto para Mudar”, de São Paulo, que se apresentou em BH e as “Marias da Graça”, grupo de palhaças do Rio que tivemos o prazer de dividir o palco em BH. Conhecemos em Brasília o queridíssimo Gero Camilo com quem tivemos o prazer de discutir sobre teatro, cinema e vídeos do youtube.
Ficamos apenas um dia e meio no distrito federal, mas este tempo foi suficiente para trocarmos mais um pouco com artistas de várias partes do Brasil. O Festival Cenas Curtas Dulcina de Moraes esta em sua 3° Edição. Há muita coisa para acontecer ali ainda, mas já foi possível ver que Brasília esta pronta para concretizar uma conexão muito rica que esta acontecendo entre os festivais de cenas curtas de todo o Brasil.


Temos que deixar claro aqui que estas viagens e trocas que aconteceram em quatro das cinco regiões do Brasil só foram possíveis graças ao apoio da CiaSenhas de Teatro e da 5° Mostra Cena Breve de Curitiba, Toda equipe da companhia SUBJÉTIL, nossos familiares (nossos maiores apoiadores), Gleisi Hoffmann, Itaipu Binacional, CUT – PR, Coordenações e Produções dos seguintes festivais e teatros: Mostra Cena Breve de Curitiba, Teatro Araucária, Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, Festival Breves Cenas de Teatro de Manaus e Festival Dulcina de Cenas Curtas.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

PROCURA-SE - UMA FESTA PARA ENLOUQUECER O SUBJÉTIL!!!

NESTE SÁBADO NÃO PERCA A FESTA MAIS PROCURADA. A INTENÇÃO É QUE VOCÊ SE PERCA E APRECIE SEM MODERAÇÃO!!!






UMA REALIZAÇÃO COMPANHIA SUBJÉTIL E GIL PRETO

sexta-feira, 30 de abril de 2010

P.R.O.C.U.R.E...

AGUARDE E PROCURE...




MAIS UMA PRODUÇÃO COMPANHIA.SUBJETIL

sexta-feira, 9 de abril de 2010

TRANSBORDAMENTO...

Me propus a ler Artaud - O Teatro e Seu Duplo - e como eu sempre pego pra ler e nunca termino, dessa vez decidi que vou terminar. Me propus isso!
Como artistas acredito que precisamos nos colocar sempre em desiquilíbrio, então pra começar deixo pra vocês uma parte do Prefácio.

Um beijo meus amores... Paty.Cipriano



“Nossa idéia petrificada do teatro vai ao encontro da nossa idéia petrificada de uma cultura sem sombras onde, para qualquer lado que se volte, nosso espírito só encontra o vazio, ao passo que o espaço está cheio.

Mas o verdadeiro teatro, porque se mexe e porque se serve de instrumentos vivos, continua a agitar sombras nas quais a vida nunca deixou de fremir. O ator que não refaz duas vezes o mesmo gesto, mas que faz gestos, se mexe, e sem dúvida brutaliza formas, mas por trás dessas formas, e através da sua destruição, ele alcança o que sobrevive às formas e produz a continuação delas.

O teatro que não está em nada mas que se serve de todas as linguagens – gestos, sons, palavras, fogo, gritos – encontra-se exatamente no ponto em que o espírito precisa de uma linguagem para produzir suas manifestações.

E a fixação do teatro numa linguagem – palavras, escritas, música, luzes, sons – indica sua perdição a curto prazo, sendo que a escolha de uma determinada linguagem demonstra o gosto que se tem pelas facilidades dessa linguagem; e o ressecamento da linguagem acompanha sua limitação.

Para o teatro assim como para a cultura, a questão continua sendo nomear e dirigir sombras; e o teatro, que não se fixa na linguagem e nas formas, com isso destrói as falsas sombras mas prepara o caminho para um outro nascimento de sombras a cuja volta agrega-se o verdadeiro espetáculo da vida.

Romper a linguagem para tocar na vida é fazer ou refazer o teatro; e o importante é não acreditar que esse ato deva permanecer sagrado, isto é, reservado. O importante é crer que não é qualquer pessoa que pode fazê-lo, e que para isso é preciso uma preparação.

Isto leva a rejeitar as limitações habituais do homem e os poderes do homem e a tornar infinitas as fronteiras do que chamamos realidade.

É preciso acreditar num sentido da vida renovado pelo teatro, onde o homem impavidamente torna-se o senhor daquilo que ainda não é, e o faz nascer. E tudo o que não nasceu pode vir a nascer contanto que não nos contentemos em permanecer simples órgãos de registro.

Do mesmo modo, quando pronunciamos a palavra vida, deve-se entender que não se trata da vida reconhecida pelo exterior dos fatos, mas dessa espécie de centro frágil e turbulento que as formas não alcançam. E, se é que ainda existe algo de infernal e de verdadeiramente maldito nesses tempos, é deter-se artisticamente em formas, em vez de ser como supliciados que são queimados e fazem sinais sobre suas fogueiras. ”


O Teatro e Seu Duplo. Artaud.

quinta-feira, 4 de março de 2010

GARANTA SEU INGRESSO

GARANTA SEU INGRESSO PARA ASSISTIR CORAÇÃO ACÉFALO/BOCA DESGARRADA

ANTECIPE A COMPRA NA BILHETERIA DO FESTIVAL.



LOCAL: PARK SHOPPING BARIGUI

e MEMORIAL DE CURITIBA no LARGO DA ORDEM

SITE: WWW.INGRESSORAPIDO.COM.BR/EVENTO.ASPX?ID=9978






terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Companhia no Festival de Curitiba - 2010

PRIMEIRO CRIME

Invasão, infiltração, mapas, ruas, cidade. No principio era o verbo: as pessoas passam, andam em sentido opostos ou não? Enquanto isso... Um crime!? Eu tenho o direito de matar? Assim como Caim matou Abel ou Abel matou a si mesmo. Deus Matou, Deus Mata e isto esta inscrito nas ruas, calçadas, praças, largos e viadutos. Primeiro Crime: convite à cidade, a invasão e infiltração urbana.

Diretor: Darlei Fernandes de Oliveira - Elenco: Rafael Di Lari, Patricia Cipriano, Lígia Maggioni, Juliana Souza, Lucas Buchile e colaboradores.

Datas: 17/03 - 19:00, 22/03 - 19:00, 25/03 - 18:00 - Local: Praça Santos Andrade




Coração Acéfalo/Boca Desgarrada - Coletivo de Pequenos Conteúdos

Amor: verbo conjugável no tempo. Conjugação: junção, ligação. Acefalia: ausência de cabeça. Tudo isso desgarrado. Esquizofrenia sentimental e silêncio. Um homem e uma mulher que são homem e mulher, desgarrados e sem amor. Uma declaração: Jasão não ama Medéia, é apenas febre, uma doença passageira. H1N1. A pergunta: Medéia ama Jasão? H1N1 ? a resposta! Caleidoscópio sentimental, ilusão visual. O amor só existe na literatura e na farsa teatral.


Companhia Subjétil Texto: Criação coletiva Direção: Darlei Fernandes Elenco: Patricia Cipriano, Rafael Di Lari / Iluminação: Ana Paula Frazão / Sonoplastia: Clarissa Oliveira Produtora:Juliana Souza - 40 min


Datas: 18/03 - 17:00, 19/03 - 20:00, 20/03 - 14:00, 21/03 - 23:00, 27/03 - 11:00

Preços: R$ 12,00 e R$ 6,00 - Local: TUC

Retomando as investigações...

Nessas férias pensei muito em nós e no nosso trabalho e pra retomar o andamento das pesquisas deixo algumas anotações que fiz durante esse tempo.
As anotações correspondem ao artigo: Dramaturgia do espaço Urbano e o teatro "de invasão" escrito por André Luiz Antunes Netto Carreira e retiradas do livro "Reflexões sobre a cena", uma organização de artigos cientificos feito por Sheila Diab Maluf e Ricardo Bigi de Aquino.


"O ator está convocado a fazer do seu ato representacional uma experiência de outra ordem que mais se aproxima das dimensões do jogo, no qual co-existem os elementos técnicos da interpretação com uma vivência que dialóga com as incertezas próprias do espaço"


"A cidade invadida não é um cenário.(...) Ela modula a técnica e condiciona a percepção do público, pois a diferença do cenário a silhueta urbana é propriedade do público e porta um plano de significação prévio à intervenção teatral. Este plano será sempre uma força forte que é a que justamente interfere na própria performance do ator."


"...invadir a silhueta da cidade é de fato propor algo que extrapola o ato de 'levar o teatro às ruas', é tomar as ruas como matéria do próprio espetáculo."


"O espaço das ruas é fundamentalmente o espaço da vida cotidiana. Na rua se estabelece uma mescla quase infinita de possibilidades que a modernidade impregnou de significados. Estes estão quase sempre associados à idéia de transformação social. A rua como lugar das lutas políticas e da festa está associada necessariamente ao potencial de renovação, bem como se constitui como espaço de encontro e de conflito. Seria a própria cidade, ou melhor seus espaços públicos, o lugar onde se daria a luta por estabelecer significados de uma teatralidade que extrapola a dimensão da representação, pois supõe o jogo vivencial que se dá como condição básica do uso do espaço cênico "
Sei que já falamos milhares de vezes sobre essas coisas, mas acho importante retomá-las sempre que possível.
Um beijo da Paty em todos.