segunda-feira, 26 de julho de 2010

SUBJÉTIL Pelo Brasil: Curitiba, Araucária, Manaus, Belo Horizonte, Brasília.

1. Curitiba
Novembro de 2009.



Começamos este trajeto partindo de Curitiba, nosso lar, casa, abrigo, espaço de ensaio e realizações. Depois de mais de um ano percorrendo ruas, praças, largos, galerias, viadutos e fluxos desta cidade com o evento cênico, “Primeiro Crime” adentramos o Teatro da Caixa para a estréia de “Coração Acéfalo/ Boca Desgarrada”, dentro da Mostra Cena Breve, realizado pela CiaSenhas, em novembro de 2009.
Ali demos o primeiro passo para um percurso que já mais imaginaríamos. Não sobre reconhecimentos, realização artística e profissional, mas para encontros, trocas, afetos (desafetos também). Enfim, para uma experiência que nos atravessou profundamente: Apresentar o espetáculo “Coração Acéfalo/Boca Desgarrada” em diferentes cidades do Brasil.
Não sabíamos o que esperar de nossa estréia, pois este foi o nosso primeiro trabalho sem a orientação de um professor, mestre ou acadêmico qualquer, o primeiro passo sem o auxílio de uma mão para evitar o tombo. Não caímos, saímos andando com passos firmes. Obviamente que neste momento criamos novas relações, mas não mais de professores e colegas de turma, agora de parceiros e amigos de profissão e loucuras: Sueli Araujo, Márcia Moraes, Greice Barros, e todos da CiaSenhas, Liis (Amabilis de Jesus), Francisco Gaspar, Ana Paula Frasão, Clarice Oliveira, Manu Assini, Máh Lima, Roni Rodrigues, Amanda Nenis, o pessoal do Teatro Barracão, etc. Enfim... Todos aqueles que estão nesta jornada em nosso lado (e aqueles que não estão também, os invejosos e malvados).
Ali na 5° Mostra Cena Breve Curitiba foi onde nascemos como artistas independentes. Fomos um dos quatro grupos selecionados para um mine temporada em Araucária. Ali, então, novas trocas e expansão de amizades e experiências cênicas e pessoais.

2. Araucária:
Novembro de 2009.




Três dias, três apresentações, quatro grupos. Éramos nós, a SUBJÉTIL, Súbita Companhia de Teatro, Cia dos Palhaços e Cia de 5 Cabeças, além do pessoal da CiaSenhas. Era uma viagem de quase uma hora de Curitiba à Araucária, íamos conversando, cantando, o pessoal da 5 Cabeças se maquiando, enfim, íamos cheios de expectativas para a noite que viria. Antes que ela chegasse, montagem de luz, ensaio, lanchinho, fofocas, bate papo, cerveja no bar, mais bate papo, risadas... Concentração!
Éramos recebidos todas as noites por um público acolhedor e participativo, entravam em nossas tramas, jogos e espetáculos de forma sincera. Éramos sempre bem recebidos, também, pela equipe do Teatro da Praça.
Nós, subjéteis, deixamos nos levar por todas essas trocas também de forma aberta. Ali em Araucária demos início a uma nova amizade que cresce a cada dia mesmo com a distância, o pessoal de Minas, a companhia (inexistente) de 5 cabeças: Byron O’Neill, Ronaldo Jannotti, Carol Oliveira, Luisa Rosa, Mariana Câmara e Saulo Salomão - amamo-os!

3. Manaus:
Março de 2010.



Loucura: Para conseguir passagens, por atravessar o Brasil, por estar na Amazônia, por ser recebido por um público louco e extremado. Participamos do 2° Festival Breves Cenas de Manaus. Teatro Amazonas, uma loucura de teatro. Para 700 pessoas, todas loucas. Lá reencontramos nossos queridíssimos das 5 Cabeças, de BH. Além deles gente do Ceara, Pará, São Paulo, e outros cantos do Brasil.
Nosso grande medo era o de como seria nosso espetáculo num espaço tão grande. O Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, no auge do ciclo da borracha. O edifício em si é uma grande obra de arte, como concorrer com isso? Não tivemos problemas ele nos recebeu de coxias abertas, assim como os produtores e técnicos do Festival nos receberam de braços abertos e com muito calor. Um calor tão grande que só os banhos de piscina no fim da noite abrandavam. Lá, na piscina, nos reuníamos todos. Comentávamos as apresentações, projetos, preferências, referências – uma loucura de troca-troca!

3. Belo Horizonte:
Junho de 2010.



Segundo o Leo Lessa, coordenador do Festival Cenas Curtas, “é um erro de nosso presidente querer fazer um trem bala ente São Paulo e Rio, afinal eles se odeiam, o trem teria que ser entre Curitiba e BH, nós nos amamos”. Não sei o que acontece, mas esta relação Curita/BH dá super certo.
Chegamos a BH de forma toda errada, Eu e Paty perdemos o vôo em Curitiba, chegamos a BH muito tarde, não sabíamos como chegar ao albergue em que nos hospedaríamos, pegamos carona, dormimos com fome em quartos separados com um monte de gente que não conhecíamos. Coisas da vida. No dia seguinte o Rafa chegou.
Estávamos em plena copa. A produção do Festival se baseou em futebol para fazer a arte do evento. O programa era um álbum de figurinhas onde, a cada dia, o público recebia um pacotinho com as figurinhas com fotos dos espetáculos. No entreato era uma loucura o troca-troca de figurinhas. E trocamos muito, muitas conversas nos bastidores, no bar do festival, nos botecos, restaurantes, festas... Saímos de Minas com a bagagem cheia.
O espetáculo foi bem recebido, porém fomos desclassificados por termos avançado o tempo de apresentação. Apresentamos a peça em 18 minutos, avançamos 3 do tempo regulamentar. Mas foi ótimo! Gol de Placa!

4. Brasília:
Julho de 2010.



Não sabíamos se íamos ou não, recebemos as passagens um dia antes da viagem. Fomos juntos de vários grupos de Curitiba: Cia de Teatro de Cajus, Cassiana Lopes e Sávio Malheiros, Daiane Rafaela e Gabriel Machado, além da Marcinha da CiaSenhas. Curitiba invadiu o planalto central junto dos mineiros, estavam lá a Companhia de 5 Cabeças e a Companhia do Chá. Reencontramos também um pessoal de Manaus, as meninas do espetáculo “Pronto para Mudar”, de São Paulo, que se apresentou em BH e as “Marias da Graça”, grupo de palhaças do Rio que tivemos o prazer de dividir o palco em BH. Conhecemos em Brasília o queridíssimo Gero Camilo com quem tivemos o prazer de discutir sobre teatro, cinema e vídeos do youtube.
Ficamos apenas um dia e meio no distrito federal, mas este tempo foi suficiente para trocarmos mais um pouco com artistas de várias partes do Brasil. O Festival Cenas Curtas Dulcina de Moraes esta em sua 3° Edição. Há muita coisa para acontecer ali ainda, mas já foi possível ver que Brasília esta pronta para concretizar uma conexão muito rica que esta acontecendo entre os festivais de cenas curtas de todo o Brasil.


Temos que deixar claro aqui que estas viagens e trocas que aconteceram em quatro das cinco regiões do Brasil só foram possíveis graças ao apoio da CiaSenhas de Teatro e da 5° Mostra Cena Breve de Curitiba, Toda equipe da companhia SUBJÉTIL, nossos familiares (nossos maiores apoiadores), Gleisi Hoffmann, Itaipu Binacional, CUT – PR, Coordenações e Produções dos seguintes festivais e teatros: Mostra Cena Breve de Curitiba, Teatro Araucária, Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, Festival Breves Cenas de Teatro de Manaus e Festival Dulcina de Cenas Curtas.